quarta-feira, 28 de abril de 2010

Quem disse que a moda não pensa?!


"... Vibro quando me deparo com pessoas que decidem fazer e até mesmo ser a diferença! Mas não os que fazem isso para se auto promover, "causar", aparecer e SIM aqueles que diferem do sistema (que nos envolve e quer nos convencer a aderir ao meio. Um meio que dita a beleza, que dita até o que pensar, que insiste em nos tornar "humanos em série" e não únicos.) para satisfazer algo que vêm de dentro, que compõe a sua essência. Estas são admiráveis, são pessoas que inspiram..."

Este post é direcionado a alguém que me inspirou essa manhã em uma palestra.
Em sua fala, mostrou-se ser um educador desde a alma, centrado e cheio de princípios. Que nos mostra uma outra face do mundo da moda, uma que infelismente poucos conhecem.
Aquele que me enche de orgulho em dizer que serei uma estilista! Aquele que prova que vestir é uma forma de expressão, o resultado do que você lê, vê, escuta, acredita e busca.
Aquele que tem a moda como uma ferramenta para mudar pessoas, conceitos, com formas e cores, que se preocupa primeiramente em vestir a mente, com sabedoria e conhecimento, o resto é consequência!

Em breve...

Natássia Maia

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Sou inconformada


Não pude deixar de me compadecer com o que aconteceu no Rio e isso me trouxe muitas reflexões.


Como somos focalizados em nosso próprio umbigo! Não estou falando somente das muitas tragédias que andam acontecendo, mas também das pessoas que estão ao nosso lado.


Como ajudar em situações como essas se no nosso cotidiano somos as pessoas egoístas que somos? Não será hipocrisia? Não sei, estava pensando nisso, por que acredito que se não formos fiel no pouco não seremos no muito.


Acredito no ditado que diz: “costume de casa vai à praça.”

Por exemplo, não podemos esperar muito daqueles que na época de colégio era uns dos que excluíam o menino ou a menina diferente da sala.

Quantos dizem: “Sinto-me só na multidão”.


Não estou falando dos pobres coitados na rua pedindo esmola, falo de um mundo de diversidades, um mundo repleto de pessoas que não se sentem aceitas pelo que são ou pelo que acreditam, como se vestem, enfim... Um mundo que para ser aceito é preciso ser como a forma é.


E assim uma bola de neve que leva a inveja, ao ciúme e a vários outros sentimentos que poderiam ser evitados se agíssemos de uma forma mais amável e compreensiva, permitindo ser conhecido e conhecer.


Boas atitudes não são apenas aqueles que oferecem um prato de comida ao faminto... Creio que isso é uma extensão do bom tratamento que damos as pessoas, independente de classe social, do local que estamos, ou da posição ocupada pelo outro.


Às vezes fico analisando: será demais sonhar com um mundo diferente? Será que sou uma sonhadora utópica que não entende a realidade do mundo?


Na verdade, acredito que agindo assim não estarei contribuindo com tantas coisas que não concordo.


Gosto de ser inconformada. Preciso ser assim. Sei que não sou a única, mas não quero ser como muitos que perdem as forças e que são convencidos de que tudo isso é besteira.


Sou “sentimentalóide”, busco ser sensível, sou afetada com o mundo, inconformada com algumas atitudes, acredito que devemos derramar lágrimas sim, nos compadecer, agir e estender a mão ao outro, não por palavras bonitas, para fazer uma imagem de mocinha em um mundo de injustiça, mas por amor, por acreditar que podemos sim fazer a diferença!


É o que busco.

Natássia Maia

sábado, 10 de abril de 2010

"Será demais sonhar com um mundo diferente???"

... "Devemos nos compadecer e estender uma mão ao outro, não por palavras bonitas, mas por amor, por acreditar que podemos sim fazer a diferença!!" ...


Em breve...

por: Natássia Maia

~


"Não me dêem fórmulas certas,

porque eu não espero acertar sempre.

Não me mostrem o que esperam de mim,

porque vou seguir meu coração.

Não me façam ser quem não sou.

Não me convidem a ser igual,

por que sinceramente sou diferente.

Não sei amar pela metade.

Não sei viver de metiras.

Não sei voar de pés no chão.

Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre"

Clarice Lispector

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Rotulagem


Certa vez ouvi sobre uma teoria que falava de percepção. Esta teoria defendia a verdade de uma percepção geral sobre uma pessoa apenas nos primeiros segundos de contato com outra. Nos primeiros poucos segundos o indivíduo concluía sobre classe social, comportamento e variados aspectos sobre o outro.

Tenho percebido algo muito forte no meu cotidiano que me fez meditar muito e por essa razão resolvi escrever. A rotulagem.

Se os rótulos existem? LÓGICO! Citei essa teoria para comprovar sua existência.
E ja inicio afirmando que particularmente não concordo com eles.

Não estou dizendo que estamos isentos de cair na armadilha de rotular, mas a meu ver, os rótulos não são bons em sua maioria e são equívocos da nossa percepção e definitivamente precisamos evitá-los.

Convivo em um meio bastante estereotipado e tenho visto muito, exageradamente, não só da sociedade, mas da própria universidade (incluindo alguns professores e alunos de outros cursos – até futuros educadores) um PRÉ-conceito sobre o meio da moda.

Pessoas fúteis, preocupadas em gastar roupas caras, que não leem, que só falam besteiras, que decepcionaram seus pais por escolher essa carreira (acredita que eu ouvi isso? ¬¬), que é um curso dispensável para a sociedade, que é um curso voltado somente para a confecção e que não tem nada a ver com o desenvolvimento da sociedade, entre outros.

Com isso aprendi na pele que devemos analisar e nos permitir conhecer e ser conhecidos, buscar saber mais e não perceber somente pela inteligência, mas pelo “toque”, pelo contato.

É perfeitamente aceitável a existencia de pessoas fúteis sim, mas o que é futilidade senão algo que não tem muita importância para a pessoa que julga que isso ou aquilo é fútil?

O respeito é um produto em falta no mercado, não há oferta, não há procura, quase não há quem produza!

Tive a oportunidade de reivindicar com um professor por estar subestimando os alunos da moda que cursam uma determinada disciplina de história e tive uma dor ao ouvir dele que isso sempre aconteceu e sempre vai acontecer.

Meu papel aqui não é levantar a bandeira para defender o meu curso, minha profissão, meus companheiros, usando do partidarismo, mas por concluir sem medo, principalmente por partir de um educador, que não é algo exclusivo do meio que vivo e sim comum por onde passamos. Por isso achei por bem ressaltar aqui este assunto.

Não sei se é por que tenho a “síndrome do querer mudar o mundo”, mas fico indignada com determinados posicionamentos do ser humano.
Acredito que todos nós somos um pouco de educadores na vida dos que estão ao nosso redor. Nossas atitudes e posicionamentos influenciarão e farão a diferença, nem que seja para uma só pessoa!! E que isso para você seja já maravilhoso, como para mim é!

Uma frase espetacular do Paulo Freire é essa:

“Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas para transformá-lo; se não é possível mudá-lo sem um certo sonho ou projeto de mundo, devo usar toda possibilidade que tenha para não apenas falar de minha utopia, mas participar de práticas com ela coerentes.”

Sim, este assunto é bastante falado, mas quantos colocam em prática?
Se compreendêssemos como é maravilhoso conhecer e com isso perceber as diferenças e aprender com elas, não teríamos a pretensão de rotular.

Os rótulos limitam o “produto” a uma só função!
É assim que enxergamos as pessoas? Como produtos que se resumem em: falsa(o), a/o fútil, a/o rebelde, a/o superficial, burra(o), perfeita(o)...

Outra vertente, muito grave, é quando as próprias pessoas se resumem ao rótulo que aderiu, sendo ela ou outros que colocaram. Não permitindo a mudança, a “evolução”, o amadurecimento, pois são o que acham que são e enfim, definitivamente são para sempre.

A gente sempre erra, como dizia Paulo Freire, somos seres inacabados, há sempre novos erros a cometer, novas lições a aprender.

Estava passeando por outros blogs e li uma afirmação que me fez discordar profundamente.
Dentre outras coisas, ele falava das pessoas que não concordam com os rótulos, aqueles que acreditam que a rotulagem não deveria existir. Concluia que essas pessoas se refugiam nessa ideia para não ficarem presos ao que falam e ao que são, como pessoas politicas.

Essa colocação nega o fato de que somos pessoas em transformação, como já foi dito milhares de vezes aqui, pessoas que podem sim mudar de posicionamentos e opinião, mesmo que sigam uma corrente de pensamento, pois são pensadores.

Eu, sinceramente acredito que somos seres complexos, personagens redondos (não rasos, na visão literária), cheios de características que mudam com cada circunstância, com o tempo, com as pessoas que convivemos, enfim e na minha concepção, um rótulo é pouco para nos definir.

O que acontece é uma prévia inevitável que fazemos, meio que inconsciente e por essa razão devemos procurar não estabelecer nossas teorias sobre o próximo sem antes entrar em contato de uma forma mais profunda como disse Clarice Lispector. Por amor, por respeito, por inteligência.

Antes de acabar queria deixar uma frase muito boa, que deveria ficar nas nossas mentes e assim influenciar nossas atitudes:

”Pergunte um pouco menos o que seu país pode fazer por você e um pouco mais o que você pode fazer por seu país.” John Kennedy

Natássia Maia.